Em certas ruas de Liras de Sintra, a melancolia é o vizinho senil que se finge não ver. E mesmo como o vizinho que persiste, o escolher não mirá-lo não faz dele menos inconveniente.
O olhar perdido ao estripar o peixe, os dedos sujos de sangue e entranhas nas mesas toscas de uma madeira clara e manchada. Ao lado, a faca larga, de fio infalível. O gume ao alcance da mão, os olhos abertos do peixe e o cheiro de um mar indifente.
Em certos dias, em certas casas, viver é o exercício supremo em Liras de Sintra.
Direto na têmpora: Funkin' For Fun – Parliament
8 comentários:
Ó pá, essas ruas de Liras de Sintra têm muito o que contaire...
Se estiver alguém a ouvir, do Oliva, continuamos contando.
nossa essa me bateu uma saudade de baudelaire...
putz, charlene, nem sei se agradeço ou fico na dúvida se você tá me sacaneando.
Não sei porque, mas ao ler esse conto, eu fico muito feliz com a vida que tenho
nossa vida é boa mesmo, ndms
puxa pq ...
baudelaire é meu poeta favorito...
pq eu não mereço estar nem na mesma frase q baudelaire, charlene, mas agradeço muitíssimo a deferência.
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