segunda-feira, agosto 11, 2008

São os trouxas astronautas?

Acredito que o mundo possa ser dividido entre “otários” e “espertos”. Não é uma percepção original, mas é uma boa forma de ver as coisas.

Pois bem, em certa campanha política de que participei, o candidato a prefeito era um cara simpático, bonzinho, mas claramente alguém sem pulso. O partido dele era, digamos, o PMDB.

Naquele momento, ele enfrentava um oponente que estava na prefeitura e que era conhecido por trabalhar muito, no velho estilo “rouba, mas faz”. Para dar mais força ao nosso candidato, o grupo sugeriu um vice que era, digamos do PT, que tinha pretensões de ser prefeito, mas não tinha condições. Fecharam o acordo e lá se foi a banda.

No primeiro dia, o vice começou a criticar o jingle, exigiu estar presente em todas as peças junto com o cabeça de chapa, chegou a arrancar por conta própria uma faixa que não tinha foto sua. E o prefeito ali, só olhando.

Com uma semana de comitê, uma mesa já tinha a estrela e o símbolo do PT, partido fictício do rapaz. Com duas semanas, o vice mandou tirar a agência da campanha e colocou a sua, afastou três diretores de outros partidos e nomeou seu braço direito para tocar tudo. E o prefeito ali, só olhando.

Ganhando ou perdendo a eleição, o vice se fortaleceria e sairia candidato mais forte em 4 anos. Já o prefeito, mesmo ganhando, perderia todo o apoio que tinha e passaria a ser fantoche do vice.

Taí uma amostra de que o otário pode até ser chefe do esperto, mas no final, ele sempre sai por baixo. E se você acha que isso só acontece em política, é bom certificar-se de que você não é um otário e ficar de olho nos espertos do seu trabalho.




Direto na têmpora: Samba em prelúdio – Vinicius de Moraes

13 comentários:

Anônimo disse...

redatozim, mostre algum respeito, por favor.

for i am costanza, lord of the idiots. (*)


(*) título disputado, eu sei.

Anônimo disse...

Infelizmente essa é uma triste realidade

redatozim disse...

Quem você acha que era o cara da agência que sobrou por causa da babaquice, alexandre? Suddenly, a new contestant...

redatozim disse...

você vem de um lugar com um histórico assim, vdms (antigo ndms).

Anônimo disse...

Verdade !

Anônimo disse...

Redatozim, meu irmão... Afinal de contas, a chapa ganhou ou perdeu? By the way, eu fico pensando sobre como deve ser trabalhar num lugar assim, com espertôncios (designação pejorativa do esperto). Aqui na autarquia onde eu trabalho quase não tem disso...

redatozim disse...

Gasta, eu imagino que em um lugar onde as pessoas entram por concurso esse perfil é mum pouco menor, já que a furaolhice desbragada não traz vantagens e nem prejudica os outros tão claramente quanto na iniciativa privada. Ah, o resultado foi derrota.

Anônimo disse...

Redatozim, meu irmão, na verdade eu estava sendo irônico: aqui tem bastante espertôncio também... Mas você tem razão, acho que é em menor número do que na iniciativa privada. A furaolhice aqui pode trazer vantagens sim: na disputa por uma comissão, cargo de chefia, etc. Por isso, graças a Deus, está mais restrita a Brasília, já que em BH há poucas comissões e chefias. Aqui em BH tem muito é sabichão (outra categoria de esperto, menos perigosa que o espertôncio).

redatozim disse...

Ah, sim, os sabichões são bastante comuns na propaganda também.

Anônimo disse...

redatozim, meu velho, tenho que fazer coro com o gastão.

redatozim disse...

e vocês vão cantar o quê, alexandre?

Anônimo disse...

ora, obviamente, em homenagem à europa filmes, que resolveu lançar os filmes dos trapalhões, cantaremos:

nós gá-tos já nascemos pó-óbres
pô-rém, já nascemos lí-í-vres
sê-nhôr, sê-nhóra, senhorí-iô;
felino!
não reconhecerás!

(tem algum virundum?

redatozim disse...

É a música favorita de Sophia, ó alexandre, o tenerife. E garanto que ela destila virunduns a rodo em tal cançoneta.