Tropecei na rua de pé-de-moleque e quase rolei até a porta do casarão de paredes ocre com janelas vermelhas (ou seriam vinho?). A senhora que abriu a porta já não tinha idade e me chamava para entrar, a casa com cheiro de broa, um velho sofá de couro vinho (ou seria vermelho?).
Sorri, agradeci, segurei a caneca esmaltada, quente, o cheiro de capim-limão e a senhora com a mão nos meus cabelos a dizer que se lembrava de meus pais. Será que eu fui um bom menino? E ela se ria com gosto, exibindo despudorada seus poucos dentes. E aí eu soube, enquanto ela me abraçava, que era uma minha mãe também.
Na praça, ouvi um violão solto, pressenti a chuva e segurei um choro novo que eu não havia ainda pranteado. Uma outra minha mãe tinha morrido. E era negra ainda depois da morte. E eu sabia agora um pouco mais de mim.
Direto na têmpora: Don't drink the water - Dave Matthews Band
4 comentários:
Era sua babá?
Não, JJ, é ficção mesmo.
Maurilio, queria indicar um blog super bacaninha de uma amiga. Acho que vc vai curtir. Chama pagu que me pariu. A moça é Karol Felício e é gente boa pacas vinda lá de Vitória. Ta em BH querendo fazer novas amizades e contatos. ela é Jornalista e tem um curriculo bacana. Mandei o link do seu blog pra ela pq curto muito tb o pastelzinho; tai o link do pagu:
http://paguquemepariu.blogspot.com/
(não publique este post.. como não tinha seu email tive que dar a dica do blog por aqui)
Publico aqui sim, dona Danuza. Vale até como indicação do blog dela, uai.
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