“Quando fulano morrer, vai voltar pra puxar o seu pé”. E eu me encolhia pra esconder os pezões desproporcionais debaixo dos lençóis.
Depois, lembrava do filme “A Dança dos Vampiros” - que me fazia rir, mas dava um medão que eu escondia - e cobria o pescoço, como se o lençol fininho tivesse estampa de cruz e trama feita de alho.
Ficava nessa disputa, no cobre-e-descobre, entre um medo e outro, pescoço e pés eu todo, a cabeça sobrando de fora e ia dormir meio cansado, minutos depois, quando começava a imaginar os gols do meu time na minha cabeça e tudo então passava.
Sinto muita falta de dormir com a janela aberta em pleno verão de Ipatinga.
Direto na têmpora: Another saturday night - Cat Stevens
4 comentários:
Acho que todos nós que fomos crianças um dia passaram por isso.
Lembro-me do calor do Rio, num tempo em que ar-condicionado ainda era luxo, e eu só com o nariz pra fora, suando pra cacilda. Ufa...
Pra mim, um dos piores resultados da violêncioa urbana é o dormir de janela fechada, mesmo com ar, Oliva.
O pior que la em Ipatinga tinha ainda o problema da " bituca " na testa. Você se lembra disso ?
hehehe lembro, mas isso era só se cochilasse na sala.
Postar um comentário