Lembrei de mais um caso de um certo ex-patrão meu. Apresentávamos uma campanha para um cliente antigo da casa, mas com responsável novo pelo marketing e corria tudo bem. O conceito havia sido aprovado com louvor, o filme foi elogiadíssimo e entrávamos na sempre complicada parte dos orçamentos.
Os custos de mídia geraram algum debate e na hora dos orçamentos de produção os ânimos começaram a se alterar. De repente, bem no meio da apresentação dos orçamentos do filme o novo gerente de marketing do cliente exclama (valores fictícios obviamente):
“Cem mil reais!? Um filme desses eu faço por vinte mil fácil!”
No que o dono da agência responde de bate-pronto:
“Pois então a reunião está encerrada. Senhores, aí está o nosso novo fornecedor. Boa sorte!”.
Até a temperatura baixar foi um custo, mas acabou tudo bem e o filme foi rodado. Com nosso orçamento, claro.
Direto na têmpora: Pow R. Ball - Yatsura
8 comentários:
Gostei do seu ex-chefe. Uma vez, quando eu tinha um estúdio de gravação, estava negociando um spot para uma cohecida agência (na época era uma fundo-de-quintal). Já tinha abaixado o que podia, até mais do que podia, e o produtor queria me esfolar ainda mais, dizendo que o cliente não tinha grana, que o trabalho era importante pra agência, aquela chorumela costumeira. No final o cara queria que eu abaixasse mais 120 reais. Eu permaneci irredutível, muito mais por princípio do que pela grana, e mandei na lata: "seu cliente não está preparado para anunciar, pois ele não sabe dar o valor devido que o nosso trabalho tem. Você está ralando pra viabilizar o job, eu estou ralando pra viabilizar o job e ele encrenca com 120 reais?". Pra completar mandei a pérola: "Ele vai gastar esses 120 reais hoje à noite jantando fora com a mulher dele (na época dava pra isso) e fica querendo me esfolar?". O sujeito ficou mudo, sem graça e nunca mais me pediu um orçamento. Ainda bem.
Boa, Rubéola. É isso mesmo, pô. Se não dão valor ao seu trabalho que façam sozinhos. Fiquei mais seu fã ainda depois dessa, meu caro.
Simplesmente "dupirú" esta sacada!
Dr. Mario d´Alcantara sempre tinha boas tiradas.
Adorei; meu namorado conta uma �tima: depois de 11 de setembro, v�rias teorias foram levantadas para explicar a queda das torres, cada um dando um pitaco. No escrit�rio de engenharia que ele trabalhava tinha um estagi�rio maior Z�-bostinha-sabich�o. Eis que durante um bate papo no caf� ele solta uma do tipo: gente � muito �bvio pq as torres ca�ram, foi por causa de nananannononono (n�o consigo lembrar a p�rula)... a� o engenheiro mais antido do escrit�rio disse: gente corre, liga pros EUA e fala pra dispensar todos os especialistas; o g�nio aqui j� tem a resposta que o mundo todo quer saber! A zua�o foi geral... hehehe Em tempo: Concordarei com o Magro e com o Redatozin; no entanto discordarei tamb�m: o poeta Vin�cius � pouco falado... a dupla Vin�cius e Tom engoliu o poeta no entanto, deu voz � outra faceta do artista. � comum as pessoas lerem poemas do Vin�cius e perguntarem "esse � aquele do Tom"? Em tempo: convido voc� a comentar um poema para a pr�xima Sexta com Letras, que acha?
Abs!
Maravilhoso! A gente, que trabalha com comunicação, criação ou qualquer outra área não tradicional (medicina, advocacia etc.) tem que parar de achar que o "pobre" do cliente precisa de ajuda. Que o trabalho está caro. E etc. É como seu amigo diz: geralmente aquele valor será gasto mesmo em um jantar. E o nosso trabalho é profissional. Tem técnica, aprendizado, experiência envolvido nisso. Se o cliente soubesse fazer ele faria, não nos contrataria, certo? E me conta: qual desses clientes merrequeiros pediria esse tipo de desconto ofensivo para um cardiologista, por exemplo? Nenhum, não é mesmo?
Beijos pra todos e boa semana.
Ah! Tô amando o livro viu? Depois comento de-ta-lha-da-men-te (nesse meu timing-tartaruga que você já conhece, hohoho).
Opa, já topei o convite, ML, apesar de não saber exatamente se tenho capacidade pra comentar sobre poesia. Mas como sou pitaqueiro, darei pitacos. Como é que funciona isso direito?
A valorização é que dita o regateio, Priscila. Quanto menos valorizado o profissional, mais vão chorar custos. Eta profissão durinha essa.
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