Queria sacar R$ 170,00. Cartão na mão, abri a porta e entrei. Já era noite e eu olhava os jovens que chegavam à lanchonete americanizada ao lado. Como podiam gostar daquela comida sem gosto? Daqueles sanduíches produzidos em série, quase um projeto científico?
Inseri o cartão na máquina. Não conseguia parar de pensar nos jovens da lanchonete. Aquilo deveria vir com aviso do Ministério da Saúde: entupimento de coronárias, colesterol, obesidade, câncer, burrice, sei lá. Ninguém poderia comer um daqueles impunemente.
Pouco tempo depois estava com o dinheiro na mão. Virei-me para sair e meu estômago roncou. O dia havia sido tão corrido que acabei nem almoçando. Maldita fome. Guardando o dinheiro na carteira reparei na quantia. Na verdade, precisava mesmo apenas de R$ 150,00 para o condomínio. R$ 20,00 iriam sobrar para algum imprevisto.
Caminhando para o carro dei uma guinada que me surpreendeu e me vi rumando resoluto para o balão da lanchonete. Como que em pleno transe, ainda ouvi o final da minha própria frase: “Isso. E pra acompanhar um sorvete e um refrigerante light, ok?”
Direto na têmpora: Hide nor hair - Ray Charles
14 comentários:
Detesto dar conselhos. Mas, quando se está pagando as "loucuras" que se fez no passado, não é nem conselho, é passar a própria experiência adiante.
É o meu caso. Agora, estou tendo que fazer uma dieta extrema (ou 8 ou 80), devido a excessos que fazia com freqüencia até bem pouco tempo atrás.
Mas o mlhor, já que é para facilitar e arriscar, pegar logo uma "Buchada de bode", um "Pato no tucup;i", uma "Paella" e por aí afora. Mas, um "Big-sei-lá-o-quê", não merece o preço que se vai pagar no futuro.
don Oliva
Tenho tentado mudar meus hábitos, Don Oliva, mas meu problema é o satã engarraqfado, a porcaria da coca cola.
Coca cola não pode ser um problema. Ela é simplesmente o meu vício preferido. Confesso que também não resisto a um bom sanduíche de isopor que sempre pede uma torta de maçã para acompanhar. Acho que, neste caso, ainda prefiro gastar agora do que investir no futuro.
Viver dez anos a mil ou mil anos a dez, Edu? É a velha questão do Lobão.
Pensava da mesma forma. Até que acontece. O único que conheci e que fou=i ttalmente coerente com este princípio era o Chico, meu ex-cunhado*, que ficou sabendo que etava diabético aos 36 anos. E disse imediatamente:
"Prefiro viver anos a menos -- bem vividos -- do que pastar em uma longa vida vegetativa".
Bom, no caso dele, com trita e seis, e'mesmo uma merda! Morreu aos 56, há cerca de quatro anos atrás. Mas, viveu como queria.
(*) Chico, casou-se com minha irmã. Foi por intermédio dele que conhecia a Vi, prima dele.
Opa, tô fazendo 36, Oliva. Mas que tem que se cuidar, tem sim.
A verdade nua e crua: os sanduíches de isopor vem com um microchip que é lançado em sua corrente sanguínea e libera microdoses de uma enzima que corrói seus neurônios e cria bolhas de vácuo em seu estômago. Junto a isso, um microdispositivo de áudio digital dispára uma gravação intermitente que retumba internamente: "coma isopor, coma isopor, coma isopor". Bem que a explicação para "não consigo ficar sem meu Mac" podia ser essa.
Rubéola, será o mesmo dispositivo dos Bobagitos da Elma Chips e o seu "é impossível comer um só?"
São os mesmos. A diferença é o dispositivo de áudio que nos Bobagitos da Elma. O barulho que essas porcarias fazem quando mastigamos invialibiiza a audição de qualquer mensagem gravada.
hehehehe. Bobagitos a mensagem é por código morse.
Mil desculpas... cara, não sabia da idade coincidente com o caso que contei. Anyway, vida longa ao "Redatozim". E, peço aos deuses que venhamos a trabalhar bastante em muitos projetos no futuro...
Don Oliva de...
Gracias Don Oliva de Saavedra y Carajos. Entendi que foi coincidência, liga não.
Oi. Sou prima da Maria Luiza, do Dom Caixote. Encontrei seu blog em um link no blog dela. Achei bem legal. Sempre achei que couve e outros matos é que deviam fazer mal para a saúde. Até escrevi sobre isso dia desses, quando fiz uma batelada de exames e descobri que minha dieta à base de "anti-vegetais" é um sucesso. Sabe-se lá como isso é possível. Mas ainda bem que sou uma pessoa de sorte.
Bem-vinda, Ana. A ML também me achou aqui pela net, sabe-se lá como, e virou leitura obrigatória. O pior dessa teoria sua (com a qual concordo plenamente) é quando você vira pai. Como explicar pra sua filhinha que você odeia frango, ovos, feijão e peixe, mas que ela precisa comer tudinho? Yikes!
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