A primeira peça publicitária que eu fiz foi um catálogo para leilão de gado pardo-suíço. O cliente era o pai de um colega de turma na faculdade que, obviamente, era também o meu dupla na empreitada.
Como profissional (não vale estagiário), meu primeiro trabalho foi um cartão de natal para uma construtora. E depois dele, vieram centenas de outros cartões para dezenas de outras empresas.
A verdade é que cartões de natal sempre vão fazer parte da vida de um redator e de um diretor de arte. Vai chegando novembro e eles começam a aparecer. Briefings semelhantes, prazos reduzidos e você louco pra poder se dedicar ao megajob com mídia nacional em tv, mas preso por aquela pecinha que normalmente vai pro lixo assim que é recebida.
Por isso, se você está começando em publicidade, fica a dica: prepare-se. Principalmente nos primeiros anos, para cada campanha legal na sua pauta vão existir 10 cartões de natal e mais 10 folhetinhos.
Parece ruim, mas a verdade é que fazer cada um deles bem feito é o que vai trazer mais campanhas legais para você. Um dos maiores elogios que recebi foi de uma Diretora de Criação (grande agência de BH) que disse "o bacana é que você sempre tira alguma coisa legal para um pit que ninguém dava nada por ele".
E a partir daí eu ganhei confiança para fazer coisas cada vez maiores e melhores.
Direto na têmpora: Bye Bye Bayou - LCD Soundsystem
4 comentários:
Maurilo, concordo com você, já tive estagiário que teve a petulância de dizer-me que só aceitava fazer anúncios, mas, particularmente eu ODEIO ter de fazer mensagens com papai noel, porque não gosto do Natal e nem sou religiosa. Esta data me irrita, aliás. Estava comentando com o Platão que neste ano eu me livrei de ter de criá-los e que as empresas deveriam fazer caridade ao menos neste período comprando cartões de instituições beneficentes ao invés de encomendá-los às agências de publicidade. Fiz um saco de jobs desse tipo e, de fato, o cliente sempre volta com outro job na mão.
Comentário justíssimo! Essa e a diferença entre quem tem paixão e carinho pelo que faz e quem apenas cumpre o pit.
A ideia de comprar cartões de caridade é boa mesmo, Sakana-san, mas se caiu na sua pauta, tem mais é que fazer bem feito, né não?
Todo mundo só cumpre o pit às vezes, Isabela, mas podendo tentar, a gente tenta.
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